Doença Psicossomática

Como ela pode afetar o seu relacionamento?

“Doí-me a cabeça” ou “Está a machucar” muitas pessoas já falaram isso como desculpa para a não terem relações sexuais, o que causa muitos atritos entre os casais e nos relacionamentos, essas desculpas são clichês entre os casais que já viraram piada, mas a realidade as vezes é outra, porque muitas vezes a “desculpa” é real e sentida.
Em alguns estudos realizados por universidades sobre a importância da relação sexual para os casais tem vindo a ser desenvolvida há algum tempo, mais de 60% dos homens valoriza e cerca de 45% das mulheres colocam como o “sexo” algo muito importante para que o relacionamento dê certo.
Por alguns motivos, homens e mulheres desenvolvem “doenças” para fugirem ao relacionamento sexual com os seus parceiros(as), sim, acredite que pessoas podem desenvolver doenças como uma fuga ao relacionamento, são chamadas doenças psicossomáticas.

O QUE É UMA DOENÇA PSICOSSOMÁTICA?

O termo psicossomático foi usado pela primeira vez no século passado pelos anos de 1918 pelo médico alemão Johann Christian August Heinroth, mas apenas nos meados deste século que o termo passou a ser usado na medicina e na psicologia.
A somatização é um transtorno psicológico que provoca reações no nosso corpo desenvolvendo alguns tipos de reações que podem ser confundidas com doenças físicas e não psicológicas, muitas vezes os médicos têm dificuldade em entender as reações do nosso corpo após a realização de exames, apenas quando se esgotam todos os caminhos da medicina é que se encaminha o paciente para um trabalho junto de psicológicos ou terapeutas.
Uma doença psicossomática é uma doença primeiramente desenvolvida pelo psicológico muitas vezes ligada a pessoas depressivas ou ansiosas, que no decorrer do tempo vão se desenvolvendo ao ponto de poder provocar reações no nosso corpo.
Algumas dessas reações podem ser a nível de estômago, intestino, garganta, pulmões, articulações e músculos, coração, rins e bexiga, pele, região intima e sistema nervoso, sendo então fáceis de serem confundidas com doenças físicas e não psicológicas.
Então, essas reações podem acabar com a disposição sexual e levar a um baixo libido da pessoa que sofre com esses sintomas.

COMO PODE AFETAR A RELAÇÃO?

Ter doenças é normal, tanto com o decorrer do tempo e a idade, como a correria da vida ou da parte profissional, mas muitas vezes desenvolvemos as doenças psicossomáticas como uma forma do nosso cérebro se defender ou de alguma forma alertar para nós que algo não está bem na nossa vida.
Como dissemos, pessoas depressivas ou ansiosas são mais propicias para terem doenças psicossomáticas, segundo a OMS mais de 300 milhões sofrem do transtorno de depressão e no Brasil mediante estudos cerca de 5,8% da população sofre desse mal que pode ultrapassar 12 milhões (acredito que esse número seja muito maior).
Quando sofremos de algum mal, seja ele, de ordem física ou emocional passamos a criar barreiras para nos protegermos e com isso, criar meios de afastarmos o que nos provoca de alguma forma esse mal, por isso algumas pessoas criam “dores” emocionais que se tornam reais.
Se as vezes uma pessoa diz “Estou com dor” ou “Isso me incomoda” pode ser realmente uma dor, o dizer “Não tenho vontade” ou “Não quero” pode ser uma reação emocional ao baixo libido tanto de homens ou mulheres, que pode ser físico (quando os nossos hormônios estão baixos) ou pode ser provocado pelo nosso emocional para denunciar que algo não está bem.
Algumas mulheres que foram abusadas ou vivem um relacionamento abusivo podem sofrer de vaginismo (contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico tornando dolorosa ou impossível a penetração, quer seja durante a relação sexual e/ou na introdução de absorvente interno), demos essa doença como um exemplo que pode ser desenvolvido como uma doença psicossomática, que precisa de um acompanhamento de profissionais de saúde, tanto ginecologistas, fisioterapeutas e psicoterapeutas.
No caso de homem, a ejaculação precoce pode ser também um sintoma de uma doença psicossomática para denunciar que algo não está bem na vida do homem, seja no campo profissional, pessoal, emocional ou familiar.
Demos estes exemplos para demonstrar o quanto real pode ser uma doença psicossomática, que acaba provocando dores reais e emocionais levado a uma incerteza da pessoa que sofre desse tipo de mal.
Quando um casal vive uma situação dessas, isso acaba afetando o relacionamento do casal que provoca situações que podem culminar em algo grave, não apenas pela doença e também na convivência entre o casal, fazendo com que se crie atrito entre ambos e com o tempo pode causar crises na relação, doenças “naturais” já causa em muitos casais uma incerteza quanto ao relacionamento, muitos casos podem acabar com uma separação.

COMO CUIDAR E RESOLVER O PROBLEMA?

Se pudéssemos indicar um tratamento, teria de passar por um longo percurso desenvolvendo vários passos, afinal cuidar de uma doença já é um caminho conturbado para o casal, tratar de uma doença que envolve o emocional é uma subida íngreme e cansativa, que muitas vezes precisamos de buscar forças dentro de nós.
Para ajudar vamos criar passos básicos que podem ajudar, esses passos seriam:

1 PASSO – Entenda e assuma que você tem um problema, não adiante esconder o que está a acontecer na sua vida ou tentar fingir que é algo momentâneo ou passageiro, pode não ser.
2 PASSO – Não acredite que o tempo vai curar o seu problema se não fizer nada, é preciso ser honesto(a) com você principalmente e com a pessoa que está do seu lado.
3 PASSO – Converse com o seu parceiro(a), abre a verdade para ele, faça entender que algo não está bem com você e que toda essa situação também lhe faz sofrer. Diálogo entre o casal deve ser a base de tudo.
4 PASSO – Procure uma ajuda de profissionais, primeiramente na área da saúde física com exames e consultas com médicos, depois ajuda de profissionais psicoterapeutas.
5 PASSO – Convide a pessoa que está do seu lado a acompanhar nas consultas ou tratamentos para que entenda que as suas dores são reais e penosas para suportar, isso pode ajudar a dividir o fardo e a fazer entender que para você isso é real.
6 PASSO – Descubra que dividir os seus problemas é a forma mais fácil de descobrir como ultrapassar as dificuldades, afinal quando vivemos intensamente o nosso problema perdemos a capacidade de enxergar soluções.

Este texto, serve como uma alerta que muitos problemas são causados não pelo nosso corpo e sim pela nossa mente, esperamos que este texto possa ajudar a alertar para algo que não está a correr bem no teu relacionamento ou com o teu corpo.
Às vezes, algumas coisas não estão bem na nossa vida, mas por falta de conhecimento transformando uma gota de água num oceano, quando as podemos tratar e mudar a nossa vida, seja, pessoal, emocional, familiar ou de relacionamento com alguém que está do nosso lado.
Se precisa mudar algo na sua vida (no todo) mude sem o medo que as mudanças causam no nosso interior, quando precisamos de mudar podemos o fazer sempre pensando que o fazemos para algo melhor, primeiramente para nós e depois para todos que nos rodeiam. Seja feliz com Prazer!

Texto by João Ribeiro (Consultor de casais e especialista em relacionamento) e Lidia Ribeiro (Terapeuta e Educadora Sexual, graduanda em psicologia)

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